Image hosting by Photobucket

quarta-feira, agosto 01, 2007

Testando

Testando

estando

Testando

Testando

Testando

Testando

Testando

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Inferno Dourado - Parte 2

Cubro o corpo do homem, já era noite e a única luz visível era proveniente das brasas no local. O cheiro de carne humana queimada já me deixa nauseado, resolvo me afastar do local, pensando ainda no que o finado marinheiro tinha me dito.
Não tive muito tempo para considerar o assunto.
"Parado!" -o grito estridente me fez voltar a realidade.
Um típico soldado Rakkiano se destacava frente a dezenas de outros soldados, todos igualmente hostis. O som da arrebentação das ondas havia me pregado uma peça, um regimento inteiro se aproximara sem sequer ser notado.
Como estava em clara desvantagem, obedeci. Os militares se aproximaram de mim ostentando suas espadas e gritando palavras do mais baixo calão. O mesmo homem que ordenou minha parada agora tinha meu pescoço ao alcance de sua espada.
"Seu rato imundo, saqueando e matando nossos marinheiros." -disse o soldado, com um olhar enfurecido.
"Não, houve um mal-entendido, eu estava apenas ajudando. Não fiz mal a nenhum de seus homens..." -tentei argumentar.
"Nós pudemos avistar o assassinato que cometeu. Agora você vai pagar na mesma moeda." -sem ao menos me dar chance para uma resposta, o oficial desferiu um golpe com destino certo, meu rosto.
Golpe esse, rapidamente desviado por um competente contra-ataque de minha espada, desembanhiada com a velocidade de quem luta pela própria existência. Aproveitando o momento, estiquei o braço, agarrando o agressor e posicionando minha espada a poucos centímetros da garganta do agora atônito soldado.
"Eu já disse, eu não matei ninguém. Aquele homem pediu por sua morte, e eu apenas cessei seu sofrimento. E, se vocês quiserem alguma informação sobre o que aconteceu, vão precisar de mim." -agora, em posição de barganhar, tento parecer seguro frente ao regimento.
"Não me mate. Não me mate. Nós vamos te escutar. Homens, abaixem as armas..." -gritou de forma acovardada o homem, que como eu acabara de perceber, era o líder dos outros homens. Um movimento de sorte, pura sorte.
Já acalmados pela liberação de seu capitão, os soldados aceitaram conversar. Depois das devidas apresentações, o assunto principal vem à tona:
"Pois bem, o que você estava fazendo aqui, e o que aconteceu com o navio e seus homens ? -perguntou o capitão. Da história que contei, suprimi apenas o que tinha me sido dito sobre o ídolo protetor da mina. Adicionei também uma pequena mentira, essencial para os meus planos de aportar na ilha junto aos soldados:
"Consegui também informações sobre aonde o acampamento dos assassinos estará montado, mas isso usarei como trunfo. Me levem junto que eu os indicarei."
Os soldados estavam crentes que meu objetivo era o ouro. Mas naquele momento, a idéia de que aquele ídolo fosse na verdade um dos dois artefatos Rorethianos que procuro me parecia muito mais atraente.
Mais dois dias se passaram até um outro navio Rikkiano aportar. Nesse tempo, tinha feito amizade com alguns soldados, principalmente o que todos chamavam de Ruivo. Era um homem muito forte, com um semblante fechado e na maioria das vezes hostil, mas, minha habilidade em me salvar da morte certa pelas mãos do capitão tinha o impressionado. Ele conversava basicamente sobre lutas e armas, mas era bem articulado e por algumas vezes, até divertido.
Me senti mal por estar enganando homens de bem, mas, eu tinha um objetivo maior.
Os soldados comemoraram a entrada no navio, com o seu grito de guerra particular, que mais parecia o urro de um urso raivoso do que com qualquer palavra que eu jamais tenha escutado. Podia perceber o clima de ódio e revanche para com os homens que organizaram o motim. A honra de um exército era a coisa mais valiosa naqueles tempos, disso eu sabia.

A viagem seria longa, entre cinco dias a uma semana. Isso porque não faríamos uma escala na Ilha de Lunne, como provavelmente os nossos inimigos iriam. Assim, teríamos uma desvantagem de apenas um dia, o suficiente para alcançá-los antes de entrar em perigoso território Kronniano.


Image hosting by Photobucket
Mapa da região.

Fim da parte 2.

Inferno Dourado - Parte 1

Não havia mais viva alma nos arredores do castelo de Jankorovsky, todos os revoltosos tinham sido aniquilados pela fúria do bravo rei da ilha de Kronn.
Ilha esta, que se extendia por dezenas de quilômetros do tranquilo Mar de Likeroth. Desde de imemoráveis eras, essa porção de terra tinha sido alvo da cobiça de todos os grandes imperadores da história recente. Luka, filho de Lanke; Sarko; filho de Troshell; Suni; filha de Obodor; e finalmente: Yullekavich, filho de Hersh Than, tentaram subjugar o corajoso e simples povo de Kronn.
O motivo de tanta sanha conquistadora era simples: Ouro. A maior mina de ouro jamais vista em todo o continente de Zhaksar. Possivelmente, a maior que jamais tenha sido descoberta em todos os continetes. Os kronnianos cuidavam dessa reserva do nobre metal de forma aguerrida, não só pelo valor das pepitas, e sim porque acreditavam que a última encarnação do Deus da Guerra, Aghaton, jazia nas profundezas de tão farto veio.
Não é necessário dizer o quanto os habitantes da ilha veneravam o Justo. (forma como os kronnianos se referiam a Aghaton) E, justamente essa devoção foi a primeira etapa rumo à perdição. Essa é a história que eu vou contar agora:

Gusmão, o aventureiro.
"Inferno Dourado" - Parte 1

Perdoe-me a falta de educação, meu nome é Rabede Gusmão. Atualmente estou velho e decrépito, mas na história que pretendo transcrever, estava na tenra idade de 23 anos. Minha vida foi dedicada a procurar por dois artefatos, que segundo a lenda que carregam, seriam capazes de dar a qualquer homem o poder de se tornar imortal. Não que eu tenha me decidido logo cedo à essa caça, mas me vi obrigado a ser o primeiro a ter esses artefatos em mãos, tendo em vista que mais pessoas queriam pôr as mãos nesses objetos. Bem, começarei pelo começo:

Era um dia ensolarado nas planícies de Luthamir, nas proximidades do porto do Mar de Likeroth, eu, cansado e sedento por uma cerveja, tinha acabado de avistar uma taverna nas proximidades. A minha alegria de achar um local para descansar só foi sobrepujada pelo espanto ao ver incontáveis flechas flamejantes tocarem fogo no meu destino.
Instintivamente, me escondi atrás de uma árvore, na esperança de não ser visto. Dali fui capaz de localizar a origem do ataque: Um navio mediano ancorado à poucos metros de mim, mesmo não tendo muitos conhecimentos sobre a área em questão, pude reconhecer a bandeira Rakkiana tremulando no topo do mastro da nau.
Antes mesmo de conseguir pensar no motivo de tal ataque, tive minha resposta, alguns marujos descem do navio e vão checar a taverna, agora totalmente queimada e destruída. Após alguma procura, um dos tais marujos se ergue e grita: "O capitão está morto!".
Essa frase é capaz de iniciar uma comemoração estrondosa entre os tripulantes que estavam tanto em terra quanto aos que permaneciam ancorados junto com a nau. Logo após, a bandeira Rakkiana foi retirada, era óbvio que se tratava de um motim.
Esperei por algumas horas, até o outrora ancorado navio estivesse distante no horizonte. Depois de sentir que estava seguro, fui até os escombros da taverna, na esperança de achar algo de interesse.
Para minha surpresa, esse algo se transformou em alguém: Um homem murmurava débilmente debaixo de uma viga de madeira chamuscada, afastada do foco principal do incêndio. Corri até seu encontro, e penosamente fui capaz de rolar o pesado tronco para longe do corpo ferido do sobrevivente. Extremamente desorientado, ele me disse as seguintes palavras:
"O capitão... ele está morto ?"
Olhei ao meu redor e vi um corpo parcialmente carbonizado, trajando o que parecia ser a túnica de um comandante marítimo.
"Sim. Creio que sim." - disse.
"Aqueles ra...tos. (o homem tossia compulsivamente, dificultando o entendimento) Eu avisei... eles queriam o maldito... ouro. Agora eles vão morrer nas mãos... dos selvagens. Bem... feito."
"Ouro ?" -minha ganância falou mais alto.
"Das minas da... ilha de Kronn... aquele imbecis. Todos sabem que... as minas são protegidas... por um... (a partir desse momento, sua tosse começa a impossibilitar qualquer tentativa de compreensão)"
"Um o quê ?" -a história começava a me interessar muito mais...
"Ído...lo" -o homem tossiu antes de me pedir algo: "Me... ma...te por... fav-vor..."
O meu código de honra reza que todo homem de bem tem o direito de morrer de forma rápida e indolor. Sem nenhum remorso, puxo minha faca e aplico um golpe mortal no coração do moribundo.

Fim da parte 1